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Exército norte-americano afasta psicólogos de Guantánamo

O Exército dos Estados Unidos tem reduzido drasticamente o uso de psicólogos na prisão da Baía de Guantánamo, em Cuba, em resposta às novas regras éticas profissionais estabelecidas pela Associação Americana de Psicologia, segundo funcionários do Pentágono.

O general John F. Kelly, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, que administra a prisão, ordenou o afastamento de psicólogos que participavam de entrevistas, interrogatórios e terapias com detentos por causa das novas regras da associação.

A ordem ocorre após anos de recriminações sobre o papel crucial que psicólogos desempenharam nos interrogatórios envolvendo táticas consideradas cruéis, como o afogamento simulado, criadas pela CIA e pelo Pentágono após os atentados de 11 de setembro de 2001.

O envolvimento dos psicólogos nos interrogatórios autorizava o Departamento de Justiça americano, sob o governo Bush, a emitir pareceres jurídicos que declaravam que as táticas usadas pela CIA eram legais, em parte porque os profissionais da saúde monitoravam os detentos de forma a garantir a segurança deles. O governo evitava, assim, qualquer acusação de que praticava tortura.

Segundo a Coronel Lisa Garcia, porta-voz do Comando Sul, seis psicólogos foram enviados para Guantánamo em 2015 e mais de 12 serviram na prisão durante o ano.

Autoridades afirmaram que a ordem de retirar os psicólogos das operações com detentos em Guantánamo visa a proteger os psicólogos de violações de regras de conduta profissional. Muitos estados usam o código de ética da associação em seus requisitos de licenciamento profissional para psicólogos.

Psiquiatras, médicos da Marinha e enfermeiras especializadas em saúde mental substituíram os psicólogos em Guantánamo e agora são responsáveis pelo tratamento psicológico oferecido aos detentos. As novas regras éticas não proíbem psicólogos de oferecer tratamento a militares americanos que trabalham na prisão.

Opinião & Notícia - 04/01/16

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